O Que É Um Gravador de Dados de Acidente na Fórmula 1?

Um Gravador de Dados de Acidente (ADR) na Fórmula 1 é um dispositivo especializado que captura e armazena dados críticos durante um acidente ou batida. Instalado em uma área protegida dentro da célula de sobrevivência do carro, o ADR registra informações como velocidade, aceleração, ângulo de direção e pressão de freio com uma alta taxa de amostragem. Esses dados são cruciais para entender as causas e consequências de um acidente, ajudando a melhorar os padrões de segurança e as investigações na modalidade.

A FIA, como órgão sancionador da Fórmula 1, tem como prioridade melhorar a segurança de todos durante os eventos de corrida. Desde ajustes no design dos carros de F1 até a modificação de regras e regulamentos, a FIA alcança esse objetivo garantindo, ao mesmo tempo, o melhor entretenimento possível.

Como funciona um Gravador de Dados de Acidente na Fórmula 1?

O Gravador de Dados de Acidente (ADR) armazena e analisa dados de todos os sensores do carro, incluindo dois acelerômetros específicos da FIA. Isso permite que a FIA utilize o ADR como uma caixa preta usada na aviação, para coletar dados de acidentes. Um LED de alerta médico acende no topo do cockpit se o carro sofrer um acidente com forças superiores a 18g. Isso alerta os fiscais sobre a gravidade do acidente e permite que tomem as ações apropriadas para ajudar o piloto.

O que registra um Gravador de Dados de Acidente na Fórmula 1?

São registrados acelerômetros de 3 eixos, de alta-g (\mP250g) e baixa-g (\mP50g), velocidade do carro, aceleração e direção, marcador de volta e, desde o ano 2000, taxa de guinada. Usando os dados, características de segurança do circuito como áreas de escape e barreiras são analisadas, bem como a desaceleração na pista.

A partir dos dados disponíveis, às vezes é possível determinar a causa da perda de controle. Os dados são usados para calcular as taxas de desaceleração no Sistema de Análise de Circuito e Segurança (CSAS) da FIA para avaliar características de segurança dos circuitos, desempenho das barreiras e auxiliar na reconstrução e modelagem de acidentes.

Para avaliar rapidamente os impactos e determinar se eles podem causar lesões na cabeça, foi desenvolvido o coeficiente de índice de severidade (SIC). O SIC permite classificar os impactos segundo a possibilidade de causarem lesões cranianas. Pequenas medições são cruciais na determinação dos danos ao piloto.

Onde estão localizados os ADRs nos carros da Fórmula 1?

Na Fórmula 1, eles estão conectados a dois acelerômetros externos de 500g aparafusados com parafusos de 4mm na célula de sobrevivência. Deve haver um acelerômetro o mais próximo possível do centro de gravidade nominal do carro e outro o mais à frente possível dentro da célula de sobrevivência. Desde que esteja firmemente parafusado a uma parte estrutural da célula de sobrevivência, o acelerômetro dianteiro pode ser montado na face inferior da superfície superior.

Toda vez que um ADR é utilizado, 0,75GB de dados são baixados para um servidor central. A análise desses dados ajuda a identificar padrões em acidentes que podem ser usados para melhorar a segurança do local e dos carros de corrida.

Quando os ADRs passaram a ser usados na Fórmula 1?

Em 1997, as regras e regulamentos estavam mais rígidos do que nunca. As pistas de testes começaram a exigir aprovação e supervisão da FIA. Os zebras de todos os circuitos foram padronizados, a construção com pneus aparafusados tornou-se obrigatória, e os carros passaram a ser obrigados a levar ADRs da FIA para analisar a eficácia das medidas de segurança implementadas.

Por que a Fundação FIA está tornando os ADRs mais acessíveis?

Em busca de uma experiência de corrida mais segura para todos, a FIA tem tentado desenvolver uma tecnologia que seja acessível e confiável para todos os campeonatos automobilísticos. O custo dos ADRs vinha limitando a incorporação dessa tecnologia de segurança em muitos eventos de corrida, e a FIA quer mudar isso.

Ao longo dos anos, a FIA negociou com fornecedores de ADR como Pi Delphi, EM Motorsport e MoTec para oferecer ADRs acessíveis e confiáveis.

Foi anunciado no ano passado que a FIA está desenvolvendo um IDR mais simples, confiável e econômico, com o objetivo de reduzir fatalidades e aumentar os níveis de segurança em eventos de automobilismo amador. Ainda não se sabe se a FIA incorporará esse novo sistema na Fórmula 1 no futuro.

Quem utiliza ADRs no automobilismo atualmente?

A NASCAR utiliza “caixas pretas” em seus carros de corrida para registrar, coletar e distribuir informações por computador para o pessoal de Pesquisa e Desenvolvimento da NASCAR.

A IndyCar também usa um ADR para fornecer dados detalhados sobre as forças sobre os carros e pilotos durante um acidente. Seus ADRs são produzidos pela EM Motorsport. O ADR utiliza acelerômetros e giroscópios internos, além de uma interface de rede CAN (Controller Area Network), para capturar dados de acidentes “no local” e auxiliar na análise pós-evento e pesquisas de segurança.

O Campeonato Mundial de Rally também utiliza ADRs.

Conclusão: O que é um Gravador de Dados de Acidente na Fórmula 1?

Um ADR mudou a forma como compreendemos o automobilismo.

O ADR da FIA responde aos mesmos níveis de impacto que um sistema de airbag e captura dados na mesma faixa de frequência – normalmente 20 vezes por segundo, com duração de 100 milissegundos. É capaz de registrar dados de aceleração, rotação e força lateral-g, que podem ser baixados em um computador portátil. As informações que ele coleta fornecem uma visão detalhada do que acontece em um acidente, ajudando a melhorar os padrões de segurança para pilotos, fiscais e espectadores — em pistas de corrida e em vias públicas ao redor do mundo.

Após um acidente, os dados contidos em um ADR podem ser cruciais para entender as causas do incidente. Essas informações ajudam a garantir que quaisquer mudanças necessárias sejam implementadas para melhorar a segurança no automobilismo. Por isso, é vital que os carros de corrida estejam equipados com ADRs, para reduzir o risco de acidentes semelhantes no futuro.

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Traduzido do artigo original em inglês “What Is An Accident Data Recorder In Formula 1?“