A NASCAR é mais rápida que a F1?
Os carros de Fórmula 1 são mais rápidos que os carros de estoque da NASCAR em quase todos os aspectos mensuráveis. Enquanto os veículos da NASCAR podem ultrapassar os 320 km/h em super-ovais graças ao vácuo e aos motores V8, os carros modernos da F1 atingem regularmente 360 km/h em retas longas e realizam voltas até 40 segundos mais rápidas em pistas compartilhadas como o Circuito das Américas. A combinação de construção leve, aerodinâmica avançada e sistemas híbridos de recuperação de energia confere aos carros da F1 um nível de desempenho que os designs mais pesados e robustos da NASCAR não podem igualar.
Ao comparar as duas categorias, a F1 tem uma vantagem clara de velocidade:
- Os carros de Fórmula 1 atingem velocidades superiores a 360 km/h em corridas e aceleram de 0 a 100 km/h em cerca de 2,6 segundos.
- Os carros da NASCAR normalmente correm entre 300 e 320 km/h durante as provas e levam cerca de 3,5 segundos para atingir 100 km/h.
- Em pistas compartilhadas como COTA, as voltas de F1 são mais de meio minuto mais rápidas que as da NASCAR.
Embora os carros da NASCAR possam parecer mais rápidos nas corridas em grupo, devido ao vácuo e ultrapassagens constantes, os dados brutos mostram que os carros de Fórmula 1 continuam sendo os mais rápidos, tanto em linha reta, quanto nas curvas, frenagem e tempo total de volta.
Velocidade Máxima: NASCAR vs Fórmula 1
A velocidade máxima é um dos pontos de comparação mais comuns entre a NASCAR e a Fórmula 1, mas os números contam apenas parte da história. Embora ambos os carros sejam projetados para operar nos limites de seus motores, aerodinâmica e pneus, o contexto de onde e como eles atingem a velocidade máxima é muito diferente.
Os momentos mais rápidos da NASCAR ocorrem em ovais inclinados com longas retas e grupos em vácuo, enquanto os carros da F1 dependem da aerodinâmica avançada e das zonas de DRS (Sistema de Redução de Arrasto) para alcançar maiores velocidades em circuitos urbanos ou permanentes.
Velocidade em Linha Reta da Fórmula 1
Os carros modernos de Fórmula 1 atingem regularmente velocidades superiores a 360 km/h durante corridas em locais como Monza, na Itália, e Jeddah, na Arábia Saudita. Esses circuitos contam com longas retas onde as equipes otimizam os ajustes para reduzir o arrasto, sem comprometer muito o desempenho em curvas.
A FIA registrou oficialmente Valtteri Bottas a 372,5 km/h durante o fim de semana do GP do México de 2016, que permanece como a maior velocidade verificada para um carro de Fórmula 1 em um ambiente de corrida.
Essa habilidade de atingir velocidades extremas está ligada a três fatores principais:
- Unidades de potência híbridas: O motor V6 turbo de 1,6 litro gera cerca de 750 cavalos de potência, enquanto o Sistema de Recuperação de Energia (ERS) adiciona outros 160 cv a partir da energia recuperada da frenagem e calor. A potência combinada ultrapassa os 1000 cv em condições de classificação e tanque leve.
- Eficiência aerodinâmica: As equipes gastam milhares de horas em túneis de vento e simulações para encontrar o equilíbrio entre downforce (força descendente) para curvas e redução de arrasto para retas. As asas traseiras ajustáveis via DRS permitem que os pilotos reduzam o arrasto em setores designados, ganhando até 12–15 km/h.
- Aderência dos pneus e peso: Com os carros pesando apenas 800 kg, incluindo o piloto, os carros da F1 têm uma alta relação peso-potência, o que torna possível atingir grandes velocidades sem estressar excessivamente os pneus.
O resultado não é apenas velocidade bruta, mas também consistência. Ao contrário da NASCAR, que depende fortemente do vácuo e da formação de grupo para maximizar a velocidade, os carros de F1 podem atingir seu ápice de velocidade de forma independente em uma reta livre, graças ao design aerodinâmico e às estratégias híbridas.
Velocidade em Superspeedways da NASCAR
A NASCAR atinge suas maiores velocidades em superspeedways como Talladega e Daytona, onde longas retas e curvas inclinadas criam condições ideais para altas velocidades constantes. Na atual NASCAR Cup Series, as velocidades de pico típicas atingem de 310 a 320 km/h quando os carros estão no vácuo.
O vácuo é essencial nesses circuitos porque o corpo grande e quadrado dos carros cria muito arrasto aerodinâmico. Ao posicionar-se atrás de outro carro, o piloto reduz a resistência, permitindo que ambos os carros andem mais rápido do que poderiam sozinhos.
A demonstração mais famosa de velocidade da NASCAR ocorreu em 1987 em Talladega, quando Bill Elliott estabeleceu uma volta de classificação a 212,809 mph (342 km/h). Esse recorde ainda é a volta oficial mais rápida da história da NASCAR. Foi possível graças a motores não restritos com mais de 800 cavalos de potência e carroceria com menos arrasto que os carros altamente regulados de hoje. A impressionante velocidade alcançada naquele dia mudou o rumo das regras de segurança da NASCAR, levando os oficiais a agir para evitar que tais velocidades se repetissem em condições reais de corrida.
Para controlar a velocidade, a NASCAR introduziu placas restritoras em 1988, forçando os motores a respirar menos ar e, portanto, produzir menos potência. O sistema evoluiu posteriormente para espaçadores cônicos, que reduzem a potência com respostas de acelerador mais consistentes. Sob o regulamento atual da Next Gen, os carros da Cup Series usam um motor V8 de 5,8 litros gerando 670 cv na maioria dos circuitos, com um pacote de 510 cv apenas para Daytona e Talladega. Essa redução garante competitividade nas corridas em bloco, mantendo velocidades terminais abaixo de 330 km/h por segurança.
O resultado é que, embora a NASCAR ainda apresente um desempenho impressionante em linha reta, ela opera dentro de limites deliberados. O esporte equilibra espetáculo com segurança, trocando os recordes absolutos dos anos 80 por pacotes de 30 a 40 carros disputando centímetros à parte em velocidades mais sustentáveis. Essas restrições definem o caráter das corridas em superspeedways hoje, onde estratégia e aerodinâmica no tráfego são tão importantes quanto a potência bruta.
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Traduzido do artigo original em inglês “Is NASCAR Faster Than F1?“